20 agosto 2008

Fazendo um quadro

Me pediram para pintar a tristeza.
Não sei que forma ela tem, também, como poderia algo tão infinito ter geometria? Minha tristeza é infinita, ela não tem forma. Se tiver, é forma de nuvem, para eu poder deitar sob o céu e tentar descobrir, dentre tantas formas, qual é a da minha tristeza. Estranha, comum, pequena, grande, redonda, espada, sorriso...
Ou só formato de tristeza mesmo. Mas a minha tristeza não é azul como o céu. Não sei de que cor é a minha tristeza, e nem consigo pensar em uma. Com o pincel na mão, não pensava em nada. Só via o papel em branco, e era só nele que conseguia pensar. Não via cor, e nem queria. Branco estava bom, era só como eu podia pensar minha tristeza. Via tantas cores e tantas formas diferentes na minha tristeza, que não sabia como ela era. E ela ficou branca pra mim. Já não era mais nada.
E o quadro ficou branco. Não havia quadro.
Havia tristeza?
A cor e a tela estavam lá.
Quem não estava era eu.
Postado por Anônimo às 17:05

2 comentários:

Anônimo disse...

essas coisas que você escreve me inspiram às vezes.

caso você esteja pensando que isso que você não escreve não serve pra nada, eu digo então que você se engana.

=P

Anônimo disse...

Que gosto é esse que as pessoas têm pelo anonimato?

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Deixe a timidade de lado, não posso oferecer um copo de leite com biscoitos, mas vale uma fruta? :)