Copo meio cheio ou meio vazio, vai saber. No fim a ressaca das pernas é a mesma, isso que já não se anda tanto há um certo tempo. O pensamento fechado, a conversa vazia, noites a fio sem sequer uma sensação de descanso. A cabeça trabalhando fora de sintonia com as palavras, os gestos, as ações. É uma contradição interna, para que no fundo ninguém saiba o segredo da tranca - que de segredo, convenhamos, não tem nada.
Essa vida torta parece um baile de máscaras. A gente esquece nome, rosto, corpo, pele, roupas, pudor… Não espera amanhecer, pois a primeira chegada da luz é suficiente para nos lembrar que é outro dia. Passa a festa, voltamos pra casa e o dia amanhece como se nada fosse importante o suficiente para ser lembrado.
E a gente se consome todo dia…